quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Personaphosis


Olhe... Olh'este cenário!

esse som, esse vento, esse cheiro...

dali do mar, daquelas árvores, deste céu

ahhh! À noite a Luna joga caquinhos de espelhos na abóbada celeste pipocando o céu de pratejado.


Falsas emoções, grandes ilusões

eu sou o ser que no passado remoto se idealizou

realidade projetada

neste "be here now", tempo chronos dimensional

entendi, compreendi

que sou o melhor personagem para minha própria existência.


Paisagens, cenários!

Abra os palcos para o encenar do mais belo e verdadeiro espetáculo:

a co-Operação neste grande ensaio.


Não somos o centro, somos parte

fração de raios de sol

grãos de poeira cósmica

várias gotículas que se transformam em Oceano

Ampliando seu estado de gota

Vai sem medo ao mar

Vai sem medo amar

Fundindo-se com o todo

Renunciando sua primeira identidade.


Louise Prates

Salvador - BA

domingo, 19 de dezembro de 2010

VerCIdade


Sonho ou realidade

Será de verdade essa cidade?

Praça, fonte, correio

Singelo cenário

Um palco, um passeio

Quase de brinquedo.


Com um quê de brincadeira,

Brinco e brindo a seriedade de brincar

Acordada realizando o sonho

Dormindo sonhando com a realidade de sonhar.


Madrugada fresca

Aura no ar

O marco zero

Transformações profundas

Ahhh! Flor da pele.


Chuviscam pétalas rosa-prata

À luz da Luna namoram as goiabeiras no portão

Leveza interior, volutas, paz e felicidade.


Algodões esvoaçantes

Desembrumam-se

Silfos pintam e bordam

O que mais precisamos ver.


Na abóbada celeste

ouço seu O Chamado

Lua, mãe, íris, Ísis

Nodo norte!


Medito no riso

Na dança, no verso

Sintetizo, simplifico-me

até a essência.

O centro, grande presente

Não ter muita certeza do que se pensa

mas absoluta fé no que se sente.


Louise Prates

Foto: Louise Prates - Artes Atelier do Padre

São Bento do Sapucaí - SP

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Nós, co-criadores da realidade


É difícil imaginar a vida sem um propósito, sem um objetivo a alcançar, nem que seja o exercício constante da compreensão da nossa própria existência, do nosso "lugar" (individual) e do que nos conecta uns com os outros (coletivo) e com tudo que forma a Grande Teia, a Grande Realidade.

A realidade só existe dentro da perspectiva do que se vive. Se você se subestima você está criando para si nada mais que essa "verdade". Palavras negativas, auto-crítica excessiva e a não-aceitação criam uma atmosfera pesada em torno de si mesmo. Essa bolha vai se expandindo, se expandindo... em pouco tempo o plano de fundo da sua existência está cinza e denso, nada flui, as doenças são atraídas para perto e tudo começa a ficar complicado... e aí não adianta dizer que Deus castigou.

De acordo com a Lei de Causa e Efeito, tudo que você emana você recebe de volta na mesma intensidade. O universo é perfeito e a roda gira, observe que tudo na natureza funciona em perfeita harmonia e é sustentável, ela mesmo se auto-regula, ela está completamente conectada com tudo.

Nada existe, tudo "está sendo." A conexão com o presente "be here now" (que é o real) traz à tona a possibilidade concreta de usarmos nossos verdadeiros "poderes" como seres humanos, seres de luz. A auto-cura, por exemplo é um deles: inicia-se no plano mental, passando pelo emocional conseguindo atingir o plano físico.

A maneira com que encaramos os problemas ou os acontecimentos faz total diferença na construção do plano de fundo de nossa vida. Muitas vezes, mudar de opinião sobre algum assunto pode fazer muito bem! Mudar de ares, de relacionamentos, desapegar de velhos conceitos, de objetos, fazer uma limpa em nossa casa e em nossa vida! A forma como VISUALIZAMOS a vida e a nós mesmos demonstra como anda nosso verdadeiro interior. Comece a mudar suas palavras, ações e principalmente seus pensamentos... Alimente-se de positividade e crie uma esfera de luz em torno de si, gerando ondas de vibrações elevadas transformando a si mesmo e seu entorno. E lembre-se: somos co-criadores da nossa própria realidade!

Louise Prates

sábado, 13 de novembro de 2010

Abra (e use) suas asas!


Quando falo" seja uma borboleta", quero dizer o seguinte: ouça os seus sentimentos, ouça seu coração. É através do coração que encontramos a verdade e como dizia o Grande Mestre Osho: "opte por aquilo que faz o seu coração vibrar, apesar de todas as conseqüências". Só saberá o que é bom para você quando começar a escutar seu coracão. Há um pequeno truque, que funciona muito bem: se diante de uma situação você pedir orientação para seu Eu Interior (seu coração) e você receber um calor brando no peito, acompanhado de uma paz interior e uma serenidade profunda, este pode ser seu termômetro. Caso sinta desconforto, angústia ou confusão interna, medite um pouco ficando em silêncio alguns minutos até se sentir mais sereno então poderá fazer essa consulta novamente dentro de si mesmo dentro de alguns dias. Só saberás se aquilo que escolheu é certo, vivenciando as suas próprias escolhas estando pleno e consciente, não tomando atitudes no calor do momento quando está agitado, com raiva ou quando a mente está borbulhando com sugestões para sair desta situação. Estando sereno e consciente das escolhas não há expectativas, então as respostas vêm até você, através do coração. Quando existem muitas conjecturas racionais, cria-se uma expectativa "lógica", e esta expectativa distorce a visão real da situação, ela adquire uma outra vibração, uma nova frequência. Muitas vezes, não estando conscientes de tudo o que envolve uma situação, criamos coisas que não existem ainda e por esse motivo as pessoas estão cada vez mais ansiosas e que nos deparamos com cada vez mais casos do grande mal do século: o stress. Você pode ser até ser menos racional agindo deste jeito mas carregará consigo a certeza absoluta que no final das contas, aprendeu a ser espontâneo e a ser verdadeiro consigo mesmo escutando sua voz interior, extraindo de dentro de si toda a paz e tranquilidade que existe no seu templo interior.


Devemos aprender que na vida nada se perde... viver é aprender o tempo todo, essa é a verdadeira verdade.nFalando em boboleta, acredito que você já tenha visto o filme "Efeito Borboleta", caso contrário esta é uma dica. O filme fala que o tempo todo nós, seres humanos, estamos tentando mudar a realidade das coisas pois não aceitamos a vida, as nossas escolhas e o resultado delas e muito menos a nós mesmos. O mais importante é ter sempre consciência de que cada pequeno ato pode causar uma grande reverberação e pode gerar um efeito que nem podemos imaginar, por isso é hora de observarmos bastante o que temos falado, ouvido e também pensado. Palavras, pensamentos e ações desdobram-se continuamente trazendo resultados impactantes e para que tenhamos efeitos positivos devemos cuidar de tudo aquilo que parte de nós. Somos responsáveis por tudo o que emanamos, já que no Universo todos os seres estão interligados, por mais que não vejamos com os olhos físicos.


Apesar de sempre estamos fugindo do sofrimento, o sofrimento e felicidade são a mesma coisa, fazem parte da mesma energia, apenas são polaridades opostas da mesma coisa, basta treinar seu olhar para enxergar um aprendizado em cada coisa, e da próxima vez você conseguirá transpor aquela aparente barreira e ultrapassar seus limites pois esteve consciente de que quem precisa mudar é você, no seu modo de ver as coisas, ao invés de sempre culpar as circunstâncias externas pelo seu sofrimento. Transforme tristeza em alegria encarando de frente e assumindo seu papel de aprendiz na escola da Vida. Erre, mas conserte! Caia e levante-se! Devemos aprender a aceitar os erros e acertos com humildade pois a perda SEMPRE vai existir e o ganhar também. Esteja aberto para aprender sempre.

Adquirindo um estado de "santosha", ou seja, um estado de contentamento, estamos aprendendo, crescendo, nos tornando cada vez mais conscientes e evoluindo como seres humanos. Estamos num momento planetário onde a hora é chegada para "acordarmos" e partirmos pra ação, o atuar em nós mesmos, buscar o autoconhecimento fazendo sempre um checklist daquilo que precisamos transformar em nós mesmos para podermos levar uma vida muito mais harmoniosa e assim estaremos certamente contribuindo para a elevação da energia do Planeta Terra. Emane boas vibrações!


Nunca deixe de voar

voe consciente

voe com o coração.

viva bem!


Louise Prates, de São Bento do Sapucaí e Laura Pitanguy, Rio de Janeiro.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Vestindo-se de Luz


Podemos nos vestir da abundância da luz que há no Universo. Adornando-nos com essas maravilhosas vestes, acabaríamos nos despindo das pesadas crostas que nos encaparam anos-luz.

Assim como os raios de sol modificam toda a percepção da paisagem, podemos também nos banhar de luz e modificarmos nossa aparência astral.

Louise Prates - 7/11/10 - Cananéia - Ilha Comprida - SP

Impressões na areia


Viver é caminhar para a morte, a morte do corpo físico. Qual maior libertação das "travas" quanto o crescimento?

Desapego é liberdade. Liberdade é vida.

É urgente abandonar o apego à imagem de mim mesma. Tudo ja é, tudo já está. Preciso apenas desempenhar o papel de co-criadora da realidade.

Tudo é MOMENTO.
Nada dura eternamente como É.
Nada É, apenas ESTÁ.
O momento exato para VER e OUVIR é "Be here now", assim você estará sempre no lugar certo, na hora certa, e o único lugar certo é o presente.
Assim o sol que por alguns instantes colore de matizes laranja e logo sobe à sua posição de Astro-Rei, e não para ali eternamente, atua somente pelo tempo que for necessário para cumprir o seu papel.

Menino-poeta, gentil sutileza. Três versinhos, e por acaso... um oráculo!

Um distinto cavalheiro, de camisa, estampa impressa: Let your spirit grow. Atrás das letras, um desenho. Ah, um deva, pensei! Nesse instante me lembrei de deixar meu espírito interagir e fluir com o Todo, levando a expandir-se como uma bolha cósmica.

Na areia, ao sol nascer, o 7 impresso.
O número sagrado, dois xis e uma seta, num símbolo de perfeição.
Do cosmos a mensagem, e de um novo amigo, uma possível interpretação.
O equilíbrio entre as energias masculina e feminina, num ciclo perfeito.
Só quem tem olhos poderá enxergar, e só quem olhar os dois lados poderá sorrir!

Não importam as palavras. Cada letra pode ter inúmeras interpretações. Melhor é ouvir a voz do silêncio.

7/11/2010 - Respect Lost Festival - Cananéia - Ilha Comprida - SP

sábado, 16 de outubro de 2010

Vestida de Autoconfiança


Em meio aos passos acelerados da rotina diária, nesta brava coreografia da vida cotidiana, muitas vezes o olhar feminino - aquela percepção sutil das entrelinhas das coisas e sobre nós mesmas - acaba ofuscado. São cobras e lagartos, trancos e barrancos, mas para nossa sorte não são só dores... ufa, também flores e amores! Ter nascido como mulher é um grande desafio, já que além de confrontar nossas questões internas, precisamos lidar com o mundo ao nosso redor. Além disso queremos estar sempre belas, e isso sem dúvida, é muito importante pois faz com que nos sintamos mulheres ainda mais completas.


Mas não é preciso vestir-se com roupas caras ou de griffe, nem viver dentro do salão de beleza. A verdadeira beleza nasce com a autoconfiança. Claro que gostamos de ser elogiadas, porém não devemos depender de coisas externas para nos sentirmos bem, afinal, já temos tudo que precisamos dentro de nós. A auto-estima, longe de ser egóica, é saudável e faz parte do processo de autoconhecimento, além de proporcionar à mulher segurança sobre si mesma e a tão preciosa autoconfiança, que se reflete no seu olhar e na sua postura. E como adquirí-la então? Já dizia a patinadora Nancy Kerrigan: "Duvide de si mesmo e você duvidará de tudo que vê. Julgue a si mesmo e você verá juízes por toda parte. Mas se você ouve o som de sua própria voz, você consegue elevar-se acima da dúvida e do julgamento. E você consegue ver eternamente." O segredo está em ver as coisas positivamente, inclusive a si mesma.


Outro dia disse-me uma amiga, já no alto dos seus sessenta anos muito bem-vividos, que se ela pudesse dar um conselho às mulheres da minha idade, que seria de que nunca esquecêssemos de chamar pela Mulher Selvagem que habita dentro de nós, aquela que nos traz o instinto. Ela não é um papel, como a mãe, a esposa ou a filha, mas sim um arquétipo da nossa essência, ela é visceral e não cerebral, ela é a alma feminina. Clarissa Pinkola trata muito bem deste assunto no livro "Mulheres que Correm com Lobos", segue um trechinho: "Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Tem experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e extrema coragem."


As questões da alma feminina vão muito além de um aparato externo, como um corpo esculpido ou estar na última moda. É importante sabermos equilibrar os dois lados, ou seja, não abandonarmos os cuidados com nosso corpo mas também cuidar do nosso interior com carinho. Use sua intuição para estar consciente deste ponto de equilíbrio, pois o agente transformador da sua própria vida é você mesma. Além de se valorizar, é importante também reconhecer o valor do Sagrado presente em cada gesto seu, voltar a acreditar nos seus projetos, planos e sonhos. Tendo plena consciência e retomando a confiança em si mesma você conseguirá escapar da armadilha da tentativa de se adequar a padrões pré-estabelecidos, ou de alcançar objetivos que não são adequados à sua própria essência. Essas atitudes nos prendem a um estilo de vida parecido com uma linha de produção mecanizada e à uma competição ombro-a-ombro com o homem fazendo com que anos esqueçamos pouco a pouco do potencial que carregamos dentro de nós. Busque estar mais centrada, mais emocionalmente controlada. Ao decidir assumir ter mais controle sobre suas emoções, você passa a defender seus direitos e colocar limites para situações e até relacionamentos, começa a se fortalecer e expressar seu magnetismo pessoal cada vez mais. Risque da sua lista comportamentos prejudiciais à si própria como a auto-depreciação, por exemplo. E lembre-se: cada gesto seu é semente e fruto, colheita e plantio no solo fértil de sua existência. Valorize-se, seja doce mas firme, tenha postura mas não seja arrogante. Seja divertida! Viva a sua verdadeira essência vestindo-se de autoconfiança e deixando fluir de dentro para fora emanando luz, beleza e seu próprio poder feminino. Afinal, não é à toa que o Criativo nos fez mulheres, façamos juz à essa obra de arte da Natureza!


Louise Prates, para o Jornal Grande Tijuca - Rio de Janeiro

domingo, 10 de outubro de 2010

Organikasa


" Lar é onde está o coração"





A casa está vazia


De livros,


de discos


de amigos


Drama ou comédia


lamúria ou gargalhada?


Entre o pintar e o bordar


sei que nascendo está


a energia criativa do amor


que habitará esse espaço


onde canto, danço e descanso



Recanto sagrado


meu lar, meu teto


De ti farei morada celestial


de riso, beleza e poesia



Paire aqui a Luz


a Vida e a Harmonia


Que aqui cresçam os Amigos


e que venha a Família



Do despertar ao repousar do Astro-Rei


a arte aqui se fará presente


Ahhh! Isso será lei!



Manga do pé não tem preço


nem pé na grama e vento fresco


traço volutas, desenho som no ar


organicidade ativa


silêncio e música, criando vida


Louise Prates - São Bento do Sapucaí - Dez 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

Stellarium


Seres humanos
Conglomerado estelar
Grãos de energia volvendo em vórtice
num mar de poeira cósmica.

Corpos estelares
viajando em espiral
numa única missão:
a evolução!

Ao redor de nossos centros
um aglomerado energético
Nessa ação gravitacional
carregamos esferas de luz.

Somos pixels, energia
Múltiplas intensidades luminosas
formando a nossa dimensão
Realidade ou ilusão?

O medo da morte já não existe
Nada desaparece
Apenas se transforma.

Louise Prates (da Ecovila Corcovado - IPEMA - Instituto de Permacultura da Mata Atlântica - Ubatuba - SP)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Camino Del Sol


O Caminho é a missão
e a realidade, a ilusão
Paisagens, logradouros
riachos, pontes e busão.

Enquanto por aí eu ando
os cenários vão mudando!
A serenidade é o termômetro
de quem caminha sempre amando.

(Louise Prates)

Histórias, pessoas, personas

Histórias pessoais

capítulos d'O Livro

personas arquetípicas

simulacros da sincronicidade


Progressão geométrica

evolução tendendo ao infinito

e o próprio destino

designa segundo intenções


Não se cria ansiedade, amar já basta

e as certezas, não se tem, nem se sabe

a gente só sente... e não passa!


Louise Prates - São Bento do Sapucaí - SP

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Amor cósmico


Seria a revelação de um segredo a outrem uma pequena chave para uma das várias portas que levam aos centros [corações] destravando as barreiras das periferias?

Serão as pessoas facetas do que vemos e do que permitem revelar delas mesmas? Ou do que conseguimos enxergar sem os tapumes do olhar?

Cada ser veio escrever seu próprio livro, o roteiro do filme da sua existência. Cada qual deve ver através da tela dos seus próprios olhos, não de vistas emprestadas.

Seres propagadores do Amor são felizes e unidos na liberdade física, emocional e cósmica. Só se ama quando se sente livre para amar larga e incondicionalmente.

Por vezes, deixamos de fluir o Amor por vergonha de amar, de se declarar, de ser bobo.

Amar é livrar-se de toda a mentira. Quero viver a Verdade. Será que sou uma idealista?

(Louise Prates)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Verdedo




Quem dera fosse eu
o Menino do Dedo Verde
metia dedo na terra
queimada virava jardim
e a feiúra convertia em beleza

Fazia bicho voltar
a ter lugar pra morar
Ah...
Quem dera!

Se eu fosse o Menino
se tivesse um dedo verde
metia dedo na cachola do home
mandava sair hera pelas ventas
fazia ver que dinheiro não se come.

Não sou Tistu, mas faço juz
à minh'alma de jardineiro
jogarei seed balls, espalharei no canteiro
pois quem sonha, tem esperança
mas se não trabalha, a gente não alcança.

(Louise Prates)

sábado, 26 de junho de 2010

Consciên...ciência


Quando se vai entendendo

que a existência é um jogo de consciência

Quando se está presente, está atuante

e quando alienado, desplugado.


Ora, distrações tem-se aos montes

o pão e circo alivia a pressão

pois se não a gente não guenta mão.


Conselhos, aceita!

Dicas dos outros? Aproveita!

Mas ao fazer, ver e agir no mundo

(Seguindo seu Guia Interior)

Procure sua própria maneira.


(Louise Prates)


*Autofoto: Louise Prates - Casa Jaya - SP

segunda-feira, 21 de junho de 2010


Quando desenvolvemos a percepção de nós mesmos como 'ser sutil', o ser energético, e como partícula do Grande Universo, um portal de comprensões da vida e dos relacionamentos começa a se abrir frente aos nossos olhos. Sincronicidades simultâneas trazem o tom do aprendizado e através dessas interações com lugares, pessoas ou outros seres vivos é que a coisa se desenrola. Palcos dessa existência, são nossas casas. As ruas também servem de cenário no tablado do dia-a-dia. Nossos amigos, espelhos para que vejamos a nós mesmos, nossas falhas e acertos. Nada é esquecido, e tudo é deixado efemeramente para trás transformando-se em experiências singulares. Transformação... palavra cheia de significado! Usemos-na, quantas vezes forem nescessário! Sua tônica traz a chave para curarmos nossas feridas mais expostas, até aquelas mais escondidas ou então aquele calinho chato onde aperta e nos massacra, e só a gente sabe onde. Harmonizemos revertendo o stress, pois ele nos exaure pouco a pouco, rouba nossa energia vital e envelhece nossos semblantes, mentes e corpos. Vivamos mais o hoje: "Be Here Now", estejamos mais presentes em nossa própria consciência, desfrutemos da beleza que o Amor nos traz e das risadas e das delícias de que é 'ser bobo'.


L.P- 21/06/10


Degustem "Das Vantagens de ser bobo" de Clarice Lispector:


O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir, tocar no mundo.

O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado

por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo, estou pensando”.

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de

sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas.

O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver.

O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer.

Resultado: não funciona.

Chamado um técnico, a opinião deste era que o aparelho estava tão estragado que o concerto seria caríssimo: mais vale comprar outro.

Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e, portanto estar tranqüilo.

Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros.

Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu.

Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.

Os espertos ganham dos outros. Em compensação, os bobos ganham a vida.

Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás,

não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro,

com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem

por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.

É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca.

É que só o bobo é capaz de excesso de amor.

E só o amor faz o bobo.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Simples...mente simples


" É sol em São Bento,
Estância climática do Sapucahy!
Terra de gente valente que faz
e que fez a cidade crescer
no ritmo do Universo.

O céu aqui é mais perto,
quase alcanço as estrelas com as mãos
Passarinhos me acordam
fazendo um coro gracejado
ao sacolejo das últimas folhas de outono.

Aqui a gente toma o chá da tarde
convidados pela deusa luna,
num contraste de branco-prata
com o azul limpo ciano".

(Louise Prates, de S.B. Sapucaí - SP)
Foto: Louise Prates - Pessegueiros em S.B Sapucaí - SP

quarta-feira, 12 de maio de 2010


Vivenciando a Beleza Orgânica


"Ninguém percebe o quanto a maioria das pessoas se esforça para apenas parecer normal".

(Albert Camus)


Olhe à sua volta. Perceba quão notável é o empenho sutil da Natureza ao apresentar, neste grande espetáculo da vida, uma infinidade de formas que funcionam como um colírio caleidoscópico para nossos olhos! O belo é a expressão da Natureza e de sua evolução, e é percebido a partir de padrões formatados por um processo seletivo orgânico que gera o equilíbrio e a harmonia no Universo. Perduram as mais bem elaboradas formas para que as espécies carreguem suas características máximas revelando o maravilhoso potencial da criação Universal. A subjetividade da beleza abre as portas para a percepção de quem somos e nos faz vivenciar o belo refletindo essa aura em todas as camadas do nosso ser.


A beleza não existe quando separada da apreciação, seria ela então relativa? Para uns aquilo é belo, para outros não. Porém, alinhando formas de beleza como a física, mental e espiritual, que integradas holisticamente geram uma harmonia que faz emanar a beleza orgânica do ser. Se nos basearmos apenas naquilo que é externo esquecemos do que existe dentro e geraremos um desequilíbrio, como já dizia o sábio ancião ditado: "por fora bela viola, por dentro pão bolorento". A beleza física só existe através da comparação de um formato com outro, mas quando percebida sutilmente por quem observa, ela se torna única. Quando refinamos nossa percepção do mundo, das coisas e das pessoas, começamos a perceber que a forma visual que temos pode vir acompanhada de outros ingredientes - não mais nem menos importantes - como a beleza mental e emocional. Quando o nível de consciência (beleza mental) de si mesmo é elevado - através da percepção aguçada que nos envolve - consegue-se suavizar a beleza física com auxílio da mente, como por exemplo: uma pessoa que se permite ficar em silêncio por alguns instantes, meditar ao menos alguns minutos por dia e ouvir músicas alegres conseguirá controlar melhor o stress e a irritação proveniente da poluição sonora que nos rodeia o tempo todo na vida urbana cotidiana e emanará um semblante mais harmônico. Alguém que aprecie observar e que busca integração com a natureza já tem um bom caminho andado pois reflete mais sobre seus pensamentos, palavras e ações. Metamorfoseando-se, transformará a si e ao seu entorno irradiando assim todo potencial de beleza que é intrínseca. A beleza emocional reflete o que você é, tanto sozinho quanto em sociedade. Ela promove o equilíbrio interno e a integração o todo. Este tipo de beleza pode ser conquistada e perpetuada por toda a vida. Sentir-se belo evoca em nós o processo de auto-aceitação, então a beleza interior e exterior começam a se equalizar naturalmente.


O "ver" também é um ponto que devemos lembrar a todo o momento. Você pode ter olhado mas não ter visto. Aliás, fazemos isto inúmeras vezes por dia, não é? Quando não exercitamos nosso olhar para apreciar a beleza em si, a vida parece sem sal nem pimenta, sem graça e sem cor. Pare agora e olhe ao seu redor. Quantos elementos, sons, cores, texturas! Aguce sua percepção: tente ver a beleza das coisas como elas "são". Olhe-se no espelho e pergunte-se: De onde vim? Sou uma parte de meu pai, uma parte de minha mãe? Ou será que também pareço com algum antigo ancestral de terras remotas? É interessante lembramos sempre que carregamos em nosso código genético essas informações e que é nosso direito e dever valorizar com muita gratidão nossas raízes e nossas origens para que não se percam. Estamos passando por um grande processo de micro transformação que se reflete no macrocosmo, o mesmo processo que está acontecendo no Universo, de constante transformação que se reflete em nós, seres microcósmicos. A beleza espiritual pode ser considerada a integração das outras, pois quando se é emocionalmente equilibrado, fisicamente saudável e se tem um grau de consciência e aceitação próprias, o ser espiritual que há dentro de nós emergirá refletindo nosso verdadeiro interior, nossa verdadeira essência. Tire as máscaras e use seus recursos internos potencializando o que você tem de melhor!


E lembre-se sempre: a imagem mais linda já vista é o reflexo no espelho quando felizes estamos.


Louise Prates (Maio de 2010, para o Jornal Grande Tijuca)


*Agradecimento especial ao Breno Sampaio pela força na correção ortográfica. ;)




sexta-feira, 2 de abril de 2010

Viagem, destino: consciência


Quando estamos na auto-estrada, dentro de um carro ou ônibus, não é inevitável a reflexão de nossas próprias vidas, após um balanço de tudo que passou, e do que ainda virá? A vontade de viver mais e melhor vem à tona junto com o desejo de descobrir, desbravar, aprender, recomeçar, e fazer tudo novamente, mas pela primeira vez, de novo!

Podemos viajar de maneiras diferentes, seja através dos meios de transporte, usando nossa própria mente ou também espiritualmente. Trilhar o caminho do autoconhecimento é tomar as rédeas da nossa própria charrete. É assumir o controle da direção e seguir em frente, enfrentando as aventuras e desventuras que surjam em sua rota. Ao buscarmos as respostas dentro de nós mesmos experienciamos o desenrolar de um mapa que revela, pouco a pouco, nosso verdadeiro interior.

As viagens nos ensinam a viver, sejam elas para fora ou para dentro de nós mesmos e estimulam o crescimento. Em contato com outras culturas, diferentes cenários e com a manifestação vívida da natureza, abrem-se as cortinas de um palco para ensaiarmos nosso verdadeiro ser. Nos interiorizamos mais e estando diante de um novo pano de fundo podemos escolher como iremos atuar daqui para a frente. Ficamos diante de inúmeros detalhes que aguçam e despertam nossos sentidos. Viajar faz bem pra alma, e repito: tanto pra dentro quanto pra fora. A viagem física, mental ou espiritual é um mergulhar num universo único, cheio de mistérios sobre nossa própria existência, sobre quem somos nós. E desvendar um a um nos dá a verdadeira sensação de liberdade.

É outono. Mire as folhas que caem das copas das árvores. Repare que belo o mergulhar sincronizado que mais parece uma dança ensaiada das folhas que atapetam o chão! Esse espetáculo da natureza ensina-nos a deixar de lado o que não serve mais, para que retorne ao início do ciclo perfeito. A quietude te permitirá essa contemplação, e esta estação austral sugere um pouco mais de recolhimento. Não a hibernação invernal, mas uma fase mais introspectiva, onde o Yin vem acalmar o Yang, onde é possível sentir melhor o aroma de terra molhada, o frescor do orvalho da manhã... É o verdadeiro esquema da vida, o ciclo natural. É a hora onde, segundo os povos xamânicos, " (...) se armazena os frutos dos seus esforços e se examina a si mesmo para descobrir as mudanças nescessárias para progredir". Nosso ser amadurece um pouco mais, escuta mais seu "Eu Superior". Nosso interior pode beneficiar-se resgatando nostalgicamente pedacinhos da nossa história que foram deixados pra trás e que rendem uma colorida colcha de retalhos de boas recordações!

Reduzindo um pouco o ritmo, façamos um balanço geral de nós mesmos. Façamos uma lista daquilo que queremos deixar ir. Preparemos as mochilas, joguemos fora as pedras que carregávamos até agora e continuemos na trilha mais conscientes, mais despertos. Aproveitemos esse momento elevando nosso nível de percepção e tornando consciente os reais propósitos de nossas existências.

Louise Prates
Para o Jornal Grande Tijuca - Rio de Janeiro - RJ
02 de abril de 2010

quarta-feira, 10 de março de 2010


A Escola dos Números


A ciência dos números há muito tempo exerce fascínio sobre o homem. Na antiguidade foi associado um valor numérico correspondente a cada letra, daí o surgimento da Numerologia. Pitágoras, filósofo e matemático grego, considerado o pai da matemática ensinava que tudo no Universo está organizado matematicamente regendo um ciclo harmônico, e que os números de 1 a 9 contém uma carga vibracional no macrocosmo (universo) regendo princípios universais e no microcosmo (homem) atrelando-se à características e habilidades pessoais ou específicas, clareando assim a compreensão das leis do universo, do comportamento humano e propiciando maior auto-conhecimento à humanidade.

Muita coisa podemos fazer com os números. Podemos marcar as horas no relógio ou mesmo uma data especial no calendário. Podemos também acompanhar nosso rendimento no curso na Escola da Vida. Com esses companheiros inseparáveis, podemos contar e perceber os anos que se passaram a fio, que muitas vezes prestamos atenção pois estamos constantemente assoberbados por conta do ritmo diário de idas e vindas do trabalho, da faculdade entre outras inúmeras atividades que nos exigimos para acompanhar a velocidade da vida moderna.

Agora pare por 1 minuto. Tente se recordar dos seus primeiros anos de vida e de como as coisas pareciam ser tão simples naquela época tão primaveril, observando o padrão vibracional que número 1 traz: a força da iniciativa, dos começos, da implantação de novos projetos, e neste caso, da sua própria existência. Depois, pare por 2 ou 3 tempos e traga à memória os anos dourados da juventude, onde atitude era (ou ainda é) palavra de ordem. O algarismo 2 traz o ensinamento da paciência e da capacidade de adaptação, já o 3 revela o brilho do desenvolvimento pessoal, do crescimento e da expansão. Em 4 minutos, numa curta viagem ao túnel do tempo observamos nossa fase adulta que é reforçada pela vibração deste número par, trazendo o senso de organização, dedicação e muito trabalho. Naturalmente, nesta sinuosa estrada que estamos percorrendo são nescessárias alterações, mudanças e viagens por outros caminhos para que possamos suavizar o impacto das pedras do solo ou mesmo darmos uma paradinha para nos refrescarmos nas águas de uma cachoeira. O 5 ilustra este conceito: a capacidade de transformação para nos adaptarmos durante a jornada da existência. Depois de alguns machucados nos pés, onde pedrinhas feriram ou algum espinho espetou, devemos e temos o direito de curá-las, harmonizando através do 6 que simboliza o amor, a compreensão e o cultivo da vida familiar. Após estarmos regenerados, vêm o instinto lá de dentro da busca pelo auto-conhecimento, por desejarmos saber de onde viemos e pra onde vamos... o retorno àquela espiritualidade não obrigatoriamente religiosa, àquela que faz nos sentirmos mais perto da verdade interior. Após este grande aprendizado trazido pela transcendência do 7, o 8 traz a consciência da justiça e de que precisamos conseguir equilíbrio em meio ao material. E depois de realizar estes 8 momentos de reflexão, percebendo que tudo é um ciclo que se repete infinitamente, exercita a virtude da compreensão, da doação, observando que de nada adianta ter passado por todas essas etapas sem perceber o todo e que é o partilhar conhecimento, emoções e experiências é que no fim nos faz completos.

Que a vibração do início deste novo ciclo traga para todos nós a inspiração para um novo trilhar e a motivação de acreditar sempre!


Louise Prates

(Matéria escrita para o Jornal Grande Tijuca em fevereiro de 2010 - Rio de Janeiro - RJ)


quarta-feira, 3 de março de 2010

organka.rte

Imagem: Flower Head (Jennifer Howland)
Fonte: http://fineartamerica.com/featured/flower-head-jennifer-rowland.html

Organika, orgânica mente

organika.mente é um jeito de ser,
é uma forma de estar,
o experimentar da nossa própria maneira de sentir.

vivenciar a película da vida
degustando todas os matizes
de tudo aquilo que faz bem.

são as cores,
sabores
aromas,
amores (!)
ahhh!

impressões que no caminho se deixa
coisas que se leva... que se traz,
a liberdade de ser O que se é.

é artE & Cultura.
o místico e o sagrado,
o sorriso, o olhar, o abraço!

expressão, expressão!
solte tudo no chão...

transforme raiva em amor,
adube a Terra
com energia positiva,
e espalhe as sementes da união.

(Louise Prates)